Zezinho corria esbaforido, corria como se uma águia gigante quisesse lhe arrancar a cabeça a bicadas, corria como se estivesse num caldeirão de bruxa azul, fugindo de piranhas também condenadas.
Da pra imaginar a dor desse correr. Corria sem correr, ofegava sem respirar, arfava já sem ar.
e
Quando parou, sacou
Mas continuou a correr
Pois se parasse seria alcançado por si mesmo.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Limpeza
Que fazer com esse monte de sensação,
com esse monte de sentimentos,
esse tufão de pensamentos?
Não seria mais fácil
botar tudo num liquidificador
bater tudo o que há de ruim
misturar tudo o que é dor
integrar a confusão
inteirar todo o passado
tudo o que deixou de lado
e beber de uma vez só?
Desceria desfazendo
todos os nós da garganta
os baques do peito
o fogo no estômago
e o torpor cerebral
então reteríamos,
digeriríamos
e
finalmente,
até o que há de mal no astral,
pra fora colocaríamos!
domingo, 4 de novembro de 2012
Pai
Hoje eu conheci meu pai:
camisa rosa
calo no dedo
olho rasgado
jeans no joelho
bafo de açúcar
trinta e nove
Libra
Falou-me de histórias que não contou
Falou de sua rotina
Falou de sua vida
Falou da família
É tímido
Bonito
Querido
Agora há pouco partiu
E minha ficha inda não caiu:
Hoje eu conheci meu pai!
camisa rosa
calo no dedo
olho rasgado
jeans no joelho
bafo de açúcar
trinta e nove
Libra
Falou-me de histórias que não contou
Falou de sua rotina
Falou de sua vida
Falou da família
É tímido
Bonito
Querido
Agora há pouco partiu
E minha ficha inda não caiu:
Hoje eu conheci meu pai!
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