terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Nova Era

Escutei o mantra ecoando dos quatro cantos de Gaia, a Mãe Terra, e caí de joelhos, agradecido pela sua infinita misericórdia de nos acolher em teu seio, nos dando a oportunidade infinita de encarnar em seus domínios com a missão única de regeneração.
   Purifiquei-me na fonte de águas douradas que Gaia mandou, nadei em águas cristalinas e ressuscitei, então já não era só esse indivíduo, era um ser de luz com uma missão maior: a de elevar à vibrações superiores todos os seres humanos... Aquilo que eu estava recebendo era um chamado, um chamado irrecusável que descia até mim das alturas superiores às estrelas.
- O que eu tenho que fazer? - perguntei, e uma onda de amor e felicidade me plenificou, enchendo meu corpo de calor e desprendendo lágrimas há muito encarceradas nas masmorras do meu orgulho. 
   Compreendi.
   Levante-me, tonto de tanta luz recebida e fechei os olhos, transbordando gratidão por todo aquele esplendor, emanando SIM por todos os poros do meu corpo, aceitando ser fiel no que me tinha sido confiado e recebendo dons sob a promessa de que eu não me esqueceria deste momento.
   Abri os olhos finalmente e tudo o que eles receberam foi muita escuridão e água. Eu sabia que muito em breve a luz deste Sol, que brilha para todos desta galáxia, me tocaria, sabia também que Júpiter seria a minha recompensa, para mais um tempo de elevação de consciência, a única coisa que eu não sabia neste momento, era como falar e andar.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Despertar na Madugada

Gosto muito de mirar a rua às três da manhã
Contemplar o silêncio
que paira sobre a noite como uma brisa sem fim

Nada faz barulho
nem a dança oculta das árvores
nem a guerra dos insetos
Tudo é calmaria

Ao longe uma luz se acende
Deve ser a de um insone como eu
que passa pela noite como as nuvens no céu
carregado pelo vento
desperto
Matando as horas da madrugada na contemplação

O som de um carro ao longe me faz voltar pra tv
assistir a um filme que percorreu minha infância
Vai ver foi por isso que acordei
Meu ser deve ter interrompido meu sono pra eu nunca me esquecer que fui criança.

Me diverti sem julgamento
com a história que tanto me emocionou

Lá vou eu pra sala
Deixar a madrugada cumprir seu trabalho
Enquanto eu me emociono com quase nada
Que é muito
Que é sagrado
Viva o despertar na madrugada.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Libertação

Fui chocado por essa ave que da terra me tirou
Pariu
caiu
se ergueu
e me elevou
Até quando pode a alma
Da criação não ser escrava?

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Para escrever na parede do quarto e nunca mais esquecer

Continuar a crescer
Sem nunca se envaidecer
Trabalhar sem cansar
Sem nunca se acomodar
Viver sob a guarda
Dos olhos da própria morada
Fazer o que tiver que fazer
Independente de você
O amor que cede ao outro
É só seu, espere pouco.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Evolução


Gosto de admirar os prédios do alto de outro prédio
Gosto das luzinhas acesas e das vidas ocultas
Representação terrestre das estrelas
Que brilham admiradas
Com tanta vida escondida...

A cidade é também um bem
Menos bem que a floresta
Que é morada da magia
Mas
Diferente
É morada dos seres que não sabem que são mágicos
É o mundo que ainda não explodiu para a existência real

Ainda é caos
Passa apressada pela primavera,
ignorando as flores que nascem
e as que caem no outono
No inverno
muda a imagem e as vitrines
E utiliza o verão para vender
Não é uma pena
Somente pela experiência do erro
Se faz o Verdadeiro conhecimento

Nada no Universo está fora de lugar
Tudo acredito, está fadado a desabrochar
E, onde há explosão
Há destruição

Foi assim que o mundo começou.

Perturbação


Deus!
Por que parece que a tranqüilidade é um pecado?
Por que parece que estar em paz com o mundo está errado?
Essas sensações, as boas,
nas raras vezes que me acometem,
mal chegam e lá se vão
Como bichos acuados, errados.

Certo!
Então, se esqueço a punição pelo nada
E consigo finalmente viver a intenção
Algo me acontece e PUM
Me põe,
Na hora,
Em depressão

Novamente
Lá vou eu trabalhar minha mente
Pra tudo ficar bem, dizer para mim mesmo
Pacientemente
Que em tudo o que acontece,
cabe a mim dizer
“esquece”
Você sabe o que fazer.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Porão

Tem muita barata nos porões da minha casa
Muita sujeira onde não quero mexer
Lá é escuro
Medonho
Bichado
Faço fogueira de fora do lado
Tentando a todo custo manter a luz 
e o calor

Mas as baratas
insistem em sair
Uma a uma voando
com uma vassoura velha vou
matando
Recusando
-me terminantemente a me aproximar
A fogueira 
apaga
fósforo e álcool
barata 
anda
morre

goteja um invisível assustante
o chão ainda está úmido 
da chuva da tarde que caía en-quando eu sonhava

Tenho a sensação de que um espírito me espreita
esperando 
alguma coisa
apenas me espreita
já tem meses que deixei 
as drogas hoje me deu vontade 
de um cigarro de palha
sanada
loja fechada
(graças...)

Fogueira apaga
fósforo e álcool
barata anda
morta
goteja um invisível

O cadáver de uma árvore enfeita o quintal
Contrasta com os ramos 
verdes
era de uma planta colossal que ninguém plantou
O chão já está repleto de cadáveres
e nem quero pensar nas vivas 
dentro do porão

Hoje eu não tomei banho
explode cabeça
solidão
duas baratas sobem a parede pra me fazer companhia
uma manca
a outra tem asas
perdendo o controle apanho
a vassoura, o pânico
arrasto a corrente das amarras

abato-as.

Fogueira apaga

Vencido pelo medo
recuo
Fecho a porta
Apago a luz
Tomo banho
cérebro quente
água fria
vou dormir

Tem muita barata nos porões da minha casa
Mas as da cabeça
essas são incontáveis