sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Águas Novas

Decidido
o céu choveu
e lavou
todo o resto que ficou
Tanto dia de janela aberta
olhando pro céu e veja:
choveu!
Raios cerebrais
Vento melancolia
e varredura
limpa
lava
leva
E
de janela aberta
a sala inundou
Agora pega o rodo
e seca
as lágrimas que derrubou
que amanhã é novo dia
NOVO DIA!
e o sol
que inda não despontou
aguarda o vento levar as nuvens
os pássaros chacoalhar as penugens
para que sua única função seja fazer brilhar
e transmutar
na luzaquilo que já
passou!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A minha

Como se enche um vaso de estrelícias?
Com água ou estrelícias?
Quantos caules, folhas e raízes?
Quantos e como?
Sem estrelícia
não há realização
sem água
só tem vaso de vidro
copo cheio de vontade
de vontade o copo não enche
de muita água a estrelícia morre
Comprar ou plantar?
Cortar, ornar ou ter no jardim?
Ostentar a estrelícia não é ter a estrelícia
é ostentar
Ostentar é não ter
é ostentar
uma flor
ou se tem ou se mostra
ou se dá.
Eu quero um vaso cheio de flores minhas
Esterelizadas e plastificadas
não são estrelícias!
só plásticos!
Eu quero colher estrelícias na Terra
plantar o fim
colher a raiz
e ter
ter
Posso viver sem as flores
todo mundo
mas
viver com elas é
mais
Viver com estrelícias
a preferida
é viver
E lá é necessário ter estrelícias?

Abstração

Criar
Cri-ar
Criar o ar
Criar o vento
A fecundação
Assinalar o ar com criações
Cri-ações
Cria-ações
Terrenas
Fecundas
Cristalinas
De vento e ar
de vento que é feto
de feto que é cria
Própria
Promíscua
Prostrada a si mesma
por sua criação
Auto criação
que procria
pró-cria
Escrava liberta
fria

querida

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Se é o que é não sido

Onde é que mora a liberdade que está presa?
Pudera eu arrancá-la
nem que fosse por entre o ferro das grades
manchando o chão de sangue
mesmo que fosse sangue!

Por que se fala obsessivamente daquilo que não se tem?
Gente que acha
e que busca
o que se é
Na verdade se é aquilo que não se é!

Na verdade é tentativa

A verdade é relativa

Discurso passado.

Somos muitos
Muito que somos somos nada

Com s

Se todos são
somos todos esses todos
que são o que são e o que não gostariam de ser
Nunca o que sempre é
Se é que há um sempre!

Onde é que está a liberdade
com tantos rostos aprisionados/ aprisionadores que olham feio
à gota de orvalho que cai fora do lugar?

Ou a liberdade ta dentro?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Materialista

Ali habita um ser humano
debaixo da capa
dissolvido na tatuagem
sob a corrente
coleira
colar
pulseira
pulsa
uma veia que conduz sangue
vermelho
de espinha
de cravo
furúnculo
tumor
ferida
cratera
dentro tem matéria
humana
há no sapato
salto
tênis
chinelo
um pé
ou tem só o
com dedo
sem dedo
com
sem
há!
um coração
mente
espírito
tem dor
tem delícia
estupidez
inteligência
arrogância
humor
depressão
ignorância
a ruga nasce na pele
sob a pele
músculos
e ossos
fracos
fortes
quebrados
ossos
do ateu ao iluminado
do limpo
ao adicto
do estudado
correm lágrimas
do atleta ao paraplégico
tem um cérebro
funcionando
ou não
há!

mais do que o espírito
mais que a
alma-universo-rede
ou Invisível
o que nos une
é a matéria

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Flui

flui
se
a liberdade por entre os dedos
sopra
a mudança em buscadela
acontece
se se está fora de si por poder
ser si mesmo que flui no que se quer
busca
se
a utopia que empurra
conquista
liberta-te de ti
e
flui

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Rastros

Enquanto todos desfrutam em suas copas a manhã, 
           você não me olha sol, 
               você me olha nos olhos 
e me deseja tão profundamente, 
                           que eu nado para a sua embarcação por vontade própria.

E então, 
quando a luz começa a se despedir deste hemisfério 
e todos tocam a cantoria da história do espantamento dos males
,
você não me olha música
,
você me olha alma
me canta na telepatia
,
e eu percebo no olhar que queima a nuca.

Por fim, 
no brilho da lua branca e formosa, 
enquanto todos consagram do fumo colhido em árvore, você 
não me olha vagalume, 
você me olha humano 
me traga tão apaixonadamente que eu me entrego a este novo 
a este novo que tem cara de reinício, 
                                                                                               a este delicado encontro que cura e 
que, 
com ares de amor, 
me ensina mais que qualquer professor, 
e eu
me torno a própria natureza, 
sol
lua
estrela
cachoeira, 
andando róseo pela rua. 
Te desejando profundamente e esperando um dia chegar à sua altura.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Transformação

Está tudo trancado, atravessado de tudo, trincado, travado, intrinsecamente parado, esteticamente entulhado de tinta. Tudo é branco. Tudo é límpido, mas treme por dentro, treme sem tremer. Não há estrondo, só há tensão, intensificada pelo tamanho do tédio. Então, tenebrosamente, bate a brisa que entra testando as traças da parede e arrebentando os vitrôs, volitando as cortinas, entristecendo o calor. Tudo então estoura, sem nem poder tentar continuar a ter a si. O vento faz voar os estilhaços, sem censura alguma, sem rumos, sem saco, suavemente, a casa sai caindo, e não sobra som nem seixo. Tudo o que era, se desfez e virou nada. Nada a ver. Nada está. Nem tranca, nem nada. Só o todo.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Portal

Faltam palavras para dizer as tantas coisas que aqui estão
perambulando em meu ser
feito alma penada
no caminho perdido mas rumado
consciente da caminhada
a caminhada perdida
destinada a se encontrar
Para que não imploda
e para que não exploda
ninguém
falo sobre seu silêncio
e silencio o meu falar...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Caledicências

Hoje eu tomei café na praça
pra escapar das paredes que encerraram
os pecados que cometi noite passada

Tirei a roupa manchada
A coberta emprestada
e saí

Saí pra suportar e refletir
nada está errado
mas nem tudo está certo

Tomei o leite que derramei
tomei
o pão que o diabo amassou
tomei
as uvas da luxúria e do amor
tomei
o bolo que bati
tomei
bolacha na cabeça
e to tomando

Desisti de assumir o erro que desisti de achar errado
Hoje eu tomei café na praça e
(percebi)
não tem nada ao contrário.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Terceira

O chão é
o piso
oprime
opressor
a base
abraço
terrestre
denso
plano terrestre
massificado
mil, três, um
o que me importa?
Meu chão é branco
distração é clara
solidão é rara
mas sozinhez
não
por mais sozinho que se esteja
sempre se está

ou
não
sempre se está
se está?
se está está
na massa
não está
não estando na massa
se está
ou seja
estando ou não
se está no chão
no vagão da Terra
no plano chão
sozinho
ou não.

Quem disse?

O barulho das enxadas batendo
Retira a vida que não pode existir
Vida comentada entre quem tira
Vida própria
retirada da propriedade
colocada sobre rodas
vai pra onde tem que ir
pr'onde dizem que tem que ir
no gemido
na batida
no engasgo
levam a vida para longe
pra onde tem que ir
pr'onde dizem que tem que ir
para o chão sempre estar
sobre o teto de limpar
limpando o concreto
só deixam o chão chegar
e chega porque tem que chegar
porque dizem que tem que chegar
pois é melhor que a enxada tire a vida
que a si mesma
porque tem que ser assim
porque disseram que tem que ser assim.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fragmentações

Às vezes é muito difícil segurar as rédeas que eu coloquei na fera que me habita. Já cansei de me surpreender com vontade de pular nas costas do bicho e deixar ele me guiar pra onde o ímpeto levar, sei que, por um lado, não estamos sozinhos. Mas parece que há algo aqui dentro que me faz manter as mãos bem seguras nas rédeas, mesmo quando eu as afrouxo com um pensamento ou vontade. É algo que, através de combustíveis bem escolhidos, aperta as minhas mãos na corda feita de minhas tripas e sussurra firme nos ouvidos da minha alma:
- Segura isso aí! - na esperança de que isso uma hora acabe.
Quanto mais eu seguro, mais me sinto forte.
Mas, se e eu solto esse bicho e monto nele, por outro lado, sei que é capaz de ele nos jogar de um despenhadeiro: lugar que deixou de me atrair desde que descobri que coisas assim não fazem um fim.
O bicho, então, segue se impelindo.
O homem, contudo, resiste.
E eu
escrevo
para que as palavras ninem o animal
e me permitam entender alguma coisa.

?

Não tenho a menor vontade de fazer nada neste momento
só parar
não fazer nada
mesmo sendo difícil
paralisar
até que a única coisa que se mova seja a corrente sanguínea
e o planeta Terra.
largar tudo
largar todo
desistir
sair de onde estava
mas onde estava?
para onde ir?
quem disse que desistir é ruim?
até onde é útil
e
saudável
fazer aquilo que te dizem que é o melhor pra você?
E até onde é útil
e
saudável
ficar se julgando rebelde
e se colocar no lugar em que
acha
que deveria estar?
Onde é que se deveria estar?
Quem sabe onde é que se deveria estar?
Talvez...
talvez!
... estar perdido é onde se deveria estar!
Será que há de se desgarrar
do que se pensa
para evoluir e seguir
à partir daquilo que se pensa?
Cansei de achar que estou ferindo a lei do universo
É impossível ferir a lei do universo
encarnado NESTE planeta...

sábado, 7 de setembro de 2013

Libertação

Frustrante e libertador
é
descobrir o fato de que
meu ser
metódico
e
(ao mesmo tempo)
negligente
não da conta de
toda
a organicidade da vida.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Risco

Desinteressou-se daquilo diante do divino. Mesmo com o vento xilicando as penas e os raios iluminando os pequenos olhos, cansou-se desse tédio e deixou de voar.
Enquanto o ar chicoteava sua barriga, uma sensação de que não deveria estar fazendo aquilo lhe apoderou.
Mas o que podia fazer? Ele não queria mais! Era como se este mundo, que há tanto lhe pertencera, já não o oxigenasse. E então, ora, não poderia deixá-lo?! O que poderia encontrar lá no chão? Viver sob duas patas? Rastejando? 
Sabia que a dificuldade de partir de si mesmo vinha de um açúcar cristal que se oroborava em si havia anos. Mas o que os anos querem dizer?! Os anos querem dizer?! Como saber qual a hora de mudar?!
Será? Será? Será?
Será isso?
Será aquilo?
Voltar pro ovo é que não seria.
Será?
O chão então se materializou diante de seu medo e, no último instante, alçou voo. 
Perdeu mais que uma unha na aventura.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Dualidade

Por que se escreve bem
quando se está mal?
Por que na dor se manifesta
a festa da criação
onde vômito é palavra
sombra é matéria
e cegueira é miração?
Está tudo respondido neste exemplo de desequilíbrio
Revelado o mal
útil
vira luz
Excruciante
Expurgante
Poesia é, 
pois,
laxante.

Extremos

Descobri que
encarnado neste planeta
se EU soubesse de tudo
seria, 
no mínimo,
um arrogante
e,
como arrogância não combina com sabedoria,
conhecedor de tudo eu seria
um ignorante.

domingo, 18 de agosto de 2013

Equilíbrio

É
no desequilíbrio que se avança
nesse desequilíbrio
que se encontra
um equilíbrio
que não da pra se apegar
pois,
decerto,
e novamente,
se desequilibrará

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Vontades

Querer dar conta de tudo
Não é dar conta de tudo
Querer é uma coisa
Dar conta de tudo é outra coisa

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Tanto

Vi o sol
Ele me viu
Nós nos vimos
nos nós todos da minha mente
nós nos vimos
nos nós
vimos
o sol
que no
céu
pairava
e que me cegou de tanto nó
que me veio
tanto nó que me cegava
de sol
de céu
de nó
mesmo
com o sol no céu
eu não iluminava os meus nós
E de tanto nó
me enojei

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Tempo é Arte

Depois de muito apanhar
descobri que meu sofrimento
todo
era
vinha da minha ignorância
para com tudo
para com todos.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Reflexões à beira do rio

Sentei-me à beira do rio.
Seria para me despedir dele
mas não
Não seria capaz de me despedir de
águas que não param para
olhar pra trás...
Queria mesmo era ser genial
mas a fluidez leva todo pensamento
e tráz mais
e leva
e tráz
de modo que ante o rio sou inconstante
uma pequena criatura
que observa a magnitude de uma criação
que é genial simplesmente por ser.

Emotivo rio que contém toda a lágrima do mundo
desaguará sabe-se lá onde
segue um rumo firme
num propósito
e que
sem querer
encanta a quem o assiste
Ou será querendo?
Fruto de uma brincadeira divina
que põe suas magnitudes a alcançar dois objetivos?
Um deles lhes é revelado
fluir
fluir 
fluir
fluir apaixonadamente para onde se deve ir
sem dúvida ou parada
obedientes criações...
A outra fica oculta
e assim deve permanecer
Não nos ouvem
apesar de nos escutarem
e existem encantando o tempo
em comum acordo com o todo
Como seria se as criações divinas se
envaidecessem
de sua existência?

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Nada

O Nada é um lugar a ser conquistado
Muito auto estudo
Disciplina
Foco
Concentração
Há muito se almeja
tudo
Ser
ter
Fazer
Querer
tudo
e sempre tudo
e sempre mais
mas
é no 
Nada
que mora a paz
é no
nada
que se está!
mas quem não tem
nada
não necessariamente
tem o 
Nada
Quem não tem
nada
precisa de um pouco
para ter alguma coisa
e quando tiver o suficiente
ou mais
pode ter o 
Nada
Mas para alcançar o
Nada
há de largar
tudo
e desapegar do seu
Mundo
Pois quando se tem o
Nada
se tem
Tudo.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Burocracia

Entrou no café às seis e cinco para comer um sanduíche com café com leite.
Café com leite,
sanduíche
Pediu
Chegou
Comeu
Vinte reais.
O que?
Vinte reais.
Parou embasbacado na frente da pessoa do balcão,
que riu.
Foi só um sanduíche com café com leite
Sanduíche
café com leite
E o serviço!
E o serviço?!
E o serviço.
Indignou-se. Nem fora, assim, tão bem atendido.
Posso ver a... 
Ta aqui!
Pegou
Virou
Viu
Arregalou
Tinha ainda sete dias na cidade 
e duzentos na carteira
Apalpou a carteira
Pegou a carteira
Abriu a carteira
Tirou cem da carteira
Não tenho troco.
Ele parou ainda mais
encarou a pessoa
Devolveu cem na carteira
Guardou a carteira
Saiu pela porta e foi
atrás de um café com leite e sanduíche
Sanduíche
café com leite
menos difíceis.

Lição

Golpe no ego
certeiro
na fonte
no centro
uma bomba de palavras
atitudes
que explodem no meio
e corrói as extremidades
Extremo.
Máximo.
de uma vez só
Calculado.
Matemático.
Eu pedi, sei
e me lancei
Mas quando veio
Veio!
E eu nem lembrara que pedira
Graças a Deus 
eu me lembrei
pois
a vida se faz mais
quando se descobre
que os tropeços que tropeça
são pedras colocadas por si mesmo
para aprender a caminhar.

domingo, 21 de julho de 2013

Caminho de Todos Nós

É simples
Não fácil
a tarefa do iniciado
emanar amor ante a violência
para os outros
para si
elevar a
consciência
ante a baixa
frequência
evitar baixos pensamentos
(quando tanto veneno corrói o coração)
A grade tarefa:
ACEITAçãO
dos outros
de si
ter mais certeza do que
é
do que
faz
do como
age
certeza do que é o trabalho
Queimar
com amabilidade
as pontes que atravessa
ante tanta
densidade
tanta força material
que num gole te engole
num minuto
num segundo
em milésimos.
Contudo...
quem está iniciado
está capacitado
para a tarefa
no meio da treva

que 
confiar
que

um motivo maior
para toda a labuta
toda guerra sem luta
Algo que
trans
acende
todo o medo
toda a dúvida
toda a insegurança
Pois,
te ensina também a sombra,
toda ferida é aprendizado!
Há que se lembrar sempre
neste caminho em que me
pus
que agora somos corpo
mas na Verdade somos
Luz!

sábado, 20 de julho de 2013

Sal

Sai sal de todo eu
Sai sal
desde o sul até o norte
Sai sal
pelos poros
pelas extremidades
Sal sal
sai todo o sal de mim
todo o agridoce
que é existir
Sai sal pelas saídas
do corpo
sai sal
Escorre pela pedra de sal
Escorre pela montanha de sal
Até se desmanchar
e tudo se transformar
em um sal só
que sou
Sal doce
Sal salgado
Sal que sai
Saiu.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Vida

És toda a beleza do rio que corre como o
sangue
nas veias
És toda a formosura de uma
lua 
branca que no céu surge sob os raios do
sol
És o calor das montanhas nevadas
dos caminhos de pedras de 
luz
És a ínfima brisa das asas da borboleta
O dançar das flores sob o vento
A disposição das pedras que voam do vulcão pós erupção
És a inativa ativa
lava
És o sopro das gigantas guards
És toda a música universal
A sinfonia de todos os corpos
O regente da orquestra dos seres
Lapidador dos globos
Arquiteto dos planetas e dos sistemas solares
lunáticos e lunares
És o mago do conhecido e do desconhecido
Dramaturgo da pintura real
Cuidador das dimensões,
das alturas,
das profundezas,
És o centro de tudo
És a vida
do mundo
És a vida
És.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Intercessão


A energia de cura
Que circula nos Andes
precisa há tem
de ser
conhecida encontrada processada
por quem tem ganas
de voar
Nao haveria melhor lugar
para a
Ayahuasca
aflorar
para
elevar
nossa consciência
e nos dar
paz
ciência
e nos dar
disciplina
e melhor existência
Diante do lago
sagrado
canto hinos
iluminados
xamânicos
de paz.
Quantos aprendizados!
Chegou a ordem,
na ordem da Terra,
de limpar a casa.

Aquilo que arrebenta os poros
e sai
dolorosamente,
extraído pela
força
das montanhas guardiãs,
me trás o trabalho
menos imenso
mas
tão intenso
que é o de
a
cei
tar.

domingo, 7 de julho de 2013

O amor é um elixir hiper doce que o ser humano vomita porque não cabe

Não culpo os homens de tentarem
ma
te
ri
a
li
zar
não o amor
mas o que ele causa
não a paixão
mas como ela queima
de que modo age sobre o sistema imunológico
o modo como acontece repentinamente
 como a cabeça fica cheia de coração
e o coração cheio de cabeça
E
carrega-se a pessoa para todos os lugares
como uma entidade
e se sente
ese pensa
e se fecha os olhos
sonha
E depois
só depois de experimentar
o elixir hiper doce
compreende-se porque tomam por nobre
E porquê se levantam altares em todo o mundo em seu nome
E porquê morre-se
e mata-se
e vive-se
por ele.
Por isso a humanidade gira tanto com o planeta
e para
sempre
e no mesmo ponto
e porquê nunca resolvemos o
amor
e porquê nunca entendemos o
amor
e porquê ele é tão
superior
e por isso vomita-se o elixir
de muitas formas
porque ele não cabe
e se não fosse a nossa arte
O que seria?

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Prisão

Eu adorava ver como você olhava o céu,
seus olhos castanhos espelhavam a alma das nuvens
maravilhados e molhados de emoção
Todas as linhas de seu rosto convergiam para o infinito
onde o Nada é Tudo
onde a grandeza se revela no olhar de quem contempla
O nariz era um beija flor embevecido
A boca era uma pétala abismada
A testa era todo o vento sem prisão
O queixo, um anunciador da natureza

E eu, te olhando...

Sabia que
também
podia me desviar e contemplar aquilo tudo
Mas
você me interessava mais
E eu já nem me questionava
Se devia ou não me embebedar de infinito
ou fazer disso que vias
a desculpa pra te ver e você nem me reparar

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O que estamos pagando?

Havia mais sangue que chão
Não se via se
o ser
humano
ainda vivia
Agarrado como um pedaço de carne
foi levado para longe da denúncia

Mas o que era isso afinal?

Como fazer o coração aceitar
acreditar
compreender
o que acontecia?
Será que ela escolhera passar por isso
ou o mundo a deixou na mão?

Gritos.
Ódio.
Sangue.

Para onde fora a criança?

Vivia?

A mãe sobrevivia.
Não fora assim
que imaginara dar à luz
(e bem neste dia)
a sua cria!

Devemos comemorar?

Cada anjo que baixar
há de se avisar:
Cuidado!
O país está um caos
Se ficar tenha a certeza
que pode nos ajudar
porque já não lhe podemos.

Talvez ela
partindo
fosse lhe fazer maior bem
pois nos dias que sucedem
nascer é um perigo
morrer é um privilégio.
(Que os hospitais
públicos
não me ouçam!)

Aqui se nasce e se morre
e se morre e se nasce
e nascemorrenasce
Em péssimas
Péssimas
Péssimas condições
Aqui não se renasce
remorre se!
Cada dia uma morte.

Quando vi esta história
boa parte de mim foi embora
E fiquei
dividido
entre
carma
e
abuso!

Talvez seja mesmo carma
Mas,
Neste plano,
É abuso!
Talvez seja carma nosso!
(Que os governantes
públicos
não me escutem!)

Mas
se pagamos o nosso
Hoje
Eles preparam a conta
deles.


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Raspa

É triste deixar de me interessar por seu horóscopo
e achar seu nome banal
Triste é não acolchoar o coração com as lembranças 
de quatro
sala
cozinha
vagão 
e rua
Triste... 
é eu nem estar mais triste 
e escrever minha tristeza 
pra você
que 
nunca vai ler
pois
finalmente
já deixou de estar triste.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Protesto contra o aumento da passagem 13/06/2013

Vai além das mídias controladoras.
É também esse povo
burro e alienado
(Sim, desse jeito
Que nos xingam de baderneiros
em sua condição de noveleiros)
Que até jogaram ovos
Em quem por eles
também
lutavam!
O que falta pra você
Sair dessa bolha egoísta
E vir pra rua
Ver
com seus próprio olhos o que passa?
É bem triste ver que o sistema
já dividiu o povo há muito tempo
e,
da primeira vez,
não foi com gás lacrimogênio.