Desinteressou-se daquilo diante do divino. Mesmo com o vento xilicando as penas e os raios iluminando os pequenos olhos, cansou-se desse tédio e deixou de voar.
Enquanto o ar chicoteava sua barriga, uma sensação de que não deveria estar fazendo aquilo lhe apoderou.
Mas o que podia fazer? Ele não queria mais! Era como se este mundo, que há tanto lhe pertencera, já não o oxigenasse. E então, ora, não poderia deixá-lo?! O que poderia encontrar lá no chão? Viver sob duas patas? Rastejando?
Sabia que a dificuldade de partir de si mesmo vinha de um açúcar cristal que se oroborava em si havia anos. Mas o que os anos querem dizer?! Os anos querem dizer?! Como saber qual a hora de mudar?!
Será? Será? Será?
Será isso?
Será aquilo?
Voltar pro ovo é que não seria.
Será?
O chão então se materializou diante de seu medo e, no último instante, alçou voo.
Perdeu mais que uma unha na aventura.
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