segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fragmentações

Às vezes é muito difícil segurar as rédeas que eu coloquei na fera que me habita. Já cansei de me surpreender com vontade de pular nas costas do bicho e deixar ele me guiar pra onde o ímpeto levar, sei que, por um lado, não estamos sozinhos. Mas parece que há algo aqui dentro que me faz manter as mãos bem seguras nas rédeas, mesmo quando eu as afrouxo com um pensamento ou vontade. É algo que, através de combustíveis bem escolhidos, aperta as minhas mãos na corda feita de minhas tripas e sussurra firme nos ouvidos da minha alma:
- Segura isso aí! - na esperança de que isso uma hora acabe.
Quanto mais eu seguro, mais me sinto forte.
Mas, se e eu solto esse bicho e monto nele, por outro lado, sei que é capaz de ele nos jogar de um despenhadeiro: lugar que deixou de me atrair desde que descobri que coisas assim não fazem um fim.
O bicho, então, segue se impelindo.
O homem, contudo, resiste.
E eu
escrevo
para que as palavras ninem o animal
e me permitam entender alguma coisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário