Está tudo trancado, atravessado de tudo, trincado, travado, intrinsecamente
parado, esteticamente entulhado de tinta. Tudo é branco. Tudo é límpido, mas
treme por dentro, treme sem tremer. Não há estrondo, só há tensão,
intensificada pelo tamanho do tédio. Então, tenebrosamente, bate a brisa que
entra testando as traças da parede e arrebentando os vitrôs, volitando as cortinas,
entristecendo o calor. Tudo então estoura, sem nem poder tentar continuar a ter
a si. O vento faz voar os estilhaços, sem censura alguma, sem rumos, sem saco,
suavemente, a casa sai caindo, e não sobra som nem seixo. Tudo o que era, se
desfez e virou nada. Nada a ver. Nada está. Nem tranca, nem nada. Só o todo.
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