quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Apagão

como gados selados
ensimesmados
concentram obcecados a moderna invenção
cada dia mais passado
e passa a vida
passam os amores
passam as dores
passam as roupas
e a louça e lá vão
os distintos rostos que miram outros
e escolhem com o dedo
ou esfregam o inexistente que é 
jogo
seleciono faixas
atravesso a cidade e o consolador: 
consumindo.
É um mascote bem treinado
de fábrica
da cor que apetece
cada dia um
e
ao anoitecer
quando o brilho do led substituiu o brilho das estrelas
recruza
repisa
retorce
ele
coitado
apaga
mas continua
recarregando
porque no outro dia tem que funcionar
e continuar
e trabalhar
e con
sumir-
se.

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