O amor entrou
pelo quarto e ele o matou a facadas. Em seguida assou a carne e comeu. Só depois
se lembrou que era vegetariano. Maldito relacionamento. Levou o amor. Levou a
alegria. Levou até o vegetarianismo
Assassino de
vegetarianismos!
Quanto tempo
levaria pra ele comer carne de novo? Pra ele comer carne. Pra ele comer...?
Indiferente, pôs
música de balada e ouviu com cara de tédio na frente do computador. Sem sofrimento,
sem dor, sem amor. Vez ou outra ele cuspia palitos de dente em um dos balões
coloridos que pairavam acima de sua cabeça. Eles estouravam, mas isso não
trazia alegria.
Culpa? Medo? Nada...
balão balão balão...
A cor escorria
das paredes e ele permanecia ali, com o queixo apoiado no cotovelo diante da
tela do computador, era a única coisa que tinha luz. Balão balão balão... último
balão...
Evaporou
A carne se
contorcia em seu estômago, mas ele não vislumbrava momento em que pudesse vomitá-la.
Ou vomitar-se.
Ele mesmo
causou-se mais enjoo que a carne mal comida.
A luz acabou
A carne não
voltou
Não voltaria
Até a própria
carne processar a outra, ele seria uma ameba com cérebro, tatuado na rotina de
não fazer absolutamente nada até que desistisse de não fazer absolutamente
nada.
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