segunda-feira, 25 de maio de 2015

dedo de deus

Tenho a alma arretada
e o espírito arredio
foram vidas sendo
certo
vidas me preparando
para agora 
e destruo mundos
agora e não mais
não menos
destrono reis
rainhas
quebro coroas
tronos
incendeio reinos
castelos
palácios

templos

tiro deus de cima
e o busco nas profundezas
encontrado livre
livre para ser o que eu descobrir
dentro
tempo
processo
cada 
coisa
de
cada
vez
breve
e
longo

Enquanto
meu corpo é uma festa
grita de prazer
pelo que 
tanto foi
considerado pecado
e olhando para trás 
eu diria que fui levado pelo diabo
mas presentemente
vejo Netuno
dissolvendo as estruturas
trazendo a fé
para um futuro que é só
nuvem
nuvem carregada
nuvem densa carregada
que um dia
quem sabe
desaguará

E amaciará 
a peregrinação por esse 
abismo/deserto
cego
sem rumo em que 
confiar é preciso
guiado por uma sabedoria que desconheço
mas que habita
e sabe mais
muito
do que eu
e tardiamente cedo
cedo porque sim
me faz 
viver
e
ser
sem querer

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