domingo, 7 de abril de 2013

A Segunda Lua


A porta da casa da frente se abriu e meu primo veio em minha direção, trazendo a chave da casa e subindo no murinho em frente à escada.
     - Vim ver a lua – disse.
     De curioso, olhei para o céu também e não vi só a lua, como duas luas. Uma menor que a outra, mas que ia crescendo paulatinamente.
     Não me pareceu estranho o espetáculo deslumbrante. Fiquei encantado, mas como se me fosse recorrente o que acontecia no céu naquela hora. Aos poucos a lua menor se igualou ao tamanho anormalmente gigante da outra e elas se aproximaram, ligando-se por fiapos brancos de luz em movimento.
     - Lua assim da sorte – disseram.
     Olhei para os lados, minha casa, meu primo haviam desaparecido e no lugar destes, o mar se apresentava. Estava com água até os joelhos, eu mais três pessoas, observando o balanço do mar se agitar desde as profundezas, fazendo os navios serem obrigados a se retirar.
     Alguém cantou um hino do mestre Irineu, falava do mar, mas eu não conhecia. Eu sabia que as águas se moviam por conta da lua, a Lua Branca e Formosa que mostrava realmente que da Terra era Dona.
     Porque diabos eu estava tão indiferente a tudo?
     Não sei.
     Só sei que acordei grato!

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