A porta da casa da
frente se abriu e meu primo veio em minha direção, trazendo a chave da casa e
subindo no murinho em frente à escada.
- Vim ver a lua – disse.
De curioso, olhei para o céu também e não
vi só a lua, como duas luas. Uma
menor que a outra, mas que ia crescendo paulatinamente.
Não me pareceu estranho o espetáculo
deslumbrante. Fiquei encantado, mas como se me fosse recorrente o que acontecia
no céu naquela hora. Aos poucos a lua menor se igualou ao tamanho anormalmente
gigante da outra e elas se aproximaram, ligando-se por fiapos brancos de luz em
movimento.
- Lua assim da sorte – disseram.
Olhei para os lados, minha casa, meu primo
haviam desaparecido e no lugar destes, o mar se apresentava. Estava com água
até os joelhos, eu mais três pessoas, observando o balanço do mar se agitar
desde as profundezas, fazendo os navios serem obrigados a se retirar.
Alguém cantou um hino do mestre Irineu,
falava do mar, mas eu não conhecia. Eu sabia que as águas se moviam por conta
da lua, a Lua Branca e Formosa que mostrava realmente que da Terra era Dona.
Porque diabos eu estava tão indiferente a
tudo?
Não sei.
Só sei que acordei grato!
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