segunda-feira, 8 de abril de 2013

Renascimento


De repente ele estava embevecido com aquela música divina que emanava dos quatro cantos de sua existência. O movimento colorido que aquele som causava, fazia com que algo se desprendesse de si mesmo, revelando uma intensa luz amarela, rasgada por um azul nunca antes visto.
   Toda a escuridão ia se dissipando finalmente, deixando o ar entrar plenamente pelos pulmões, a vida se encontrar e o mar escorrer, levando embora tudo que não lhe pertencia mais. Várias pessoas cantavam, uma multidão, vozes tão bonitas, tão bonitas... Lágrimas saltaram de seus olhos, como se estivessem há muito presas, libertando inclusive o coração...
   Deus!
   Quantas correntes se desfaziam nesse momento, e pareceram assustadoramente eternas, mas iam se desfazendo facilmente, como água mole em pedra dura.
   Ele explodiu, liberando a pressão que sofria seu corpo.
   A luz era tamanha que não era possível permanecer com os olhos abertos, a temperatura era diferente também e agora ele sentia todo seu corpo esfriar. O tempo corria como se nem existisse, era eterno, era cheio de possibilidades, cheio de quereres. Seu corpo se movimentava involuntariamente, como se um espírito de luz o capacitasse para o que estava por vir.
   Quando pode abrir os olhos, percebeu que há muito, muito mesmo, os tivera fechados. 

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