Eu
doce
de noite
doce de dia
adoço o dia e a
noite e passo os dois adoidado
adocicando a noite
com os papéis
e as idéias
e os sonhos
frente à máquina
que da e que engole
me adoço
de vontades e de
procuras
de desejos e de
misturas
trabalhando o
trabalhar empapuçando o paladar
adoço tudo que me
vem
e se não vem
tem o doce a me
adoçar
adoçar a língua
a garganta
a barriga
e esse poema
danço com o doce
até o dia clarear
enlaçando os meus
caminhos internos
que faz o doce se
soltar
sacolejando o
sacolejar
adoçando o que
doce está
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