quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Madrugada

Eu
doce
de noite
doce de dia
adoço o dia e a noite e passo os dois adoidado
adocicando a noite com os papéis
e as idéias
e os sonhos
frente à máquina que da e que engole
me adoço
de vontades e de procuras
de desejos e de misturas
trabalhando o trabalhar empapuçando o paladar
adoço tudo que me vem
e se não vem
tem o doce a me adoçar
adoçar a língua
a garganta
a barriga
e esse poema
danço com o doce até o dia clarear
enlaçando os meus caminhos internos
que faz o doce se soltar
sacolejando o sacolejar
adoçando o que doce está

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