Vi
os discos voadores pousarem soturnos, confiantes, na abóbada terrestre. As
luzes enlouquecidas dançavam como que possuídas, circundando a maestria da
extensão feita de qualquer material férreo. São circulares porque todo o
Universo é cíclico. A minha porta interna lançou sua ponta até o chão e fincou
na terra sua estadia. Não saíram seres de lá, nenhum com a cabeça alongada, nem
olhos puxados ou vazados, nem eram verdes, nem desprovidos de cor. Foi meu
coração que embarcou, pulsando por uma aventura desconhecida.
Todo
inseto, pois, é um alienígena, todo bater de asas é uma hélice supernatural.
A
lua era é um dos destinos.
Tenho
a cabeça cheia de planetas.
Não
havia mesa de controle com bastões super complicados - eram as minhas
programações que iam sendo resetadas, ligações retransformadas, musicalmente
afetadas. Meus olhos eram os visores e não encontrei nenhum
nenhum
canhão
de explosão embutido.
Não
era mágico nem surreal, era concreto.
Embarquei
como quem viaja a outro país. Não levei mala, mas toda a minha bagagem foi
junto, o que pesava demais ficou e eu
eu
fui
Estou
lá até agora
e
no entanto estou aqui
Juntos
quebramos as barreiras do som, da luz e do preconceito. Aceitei os irmãos
estelares como quem recebe um gêmeo separado na maternidade.
Eu
era ele e ele era eu, e nós éramos também os planetas, as estrelas e os
asteroides. Éramos os sóis, as galáxias e os buracos negros, éramos Deus,
éramos Um. Éramos quem escreve e quem lê. Tínhamos a mesma essência, o mesmo
sopro de vida, a mesma miração de transe, éramos lá e éramos cá.
Quando
voltei
sem
voltar
continuamos
sendo.
Hoje
eu sou o que fui e o que serei, hoje eu sou o agora e eu sou o somos. Com o
Cosmos na existência eu desci da nave e ela partiu
sendo
eu
eu
sendo ela
pus
o pé na terra
só
o pé
Sendo
Deus e o Demônio
e
sendo
Tudo
não
sou nada
e
somos todos
E
o que importa?
O
que importa é o que importa e o que não importa nada pode transformar.
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